Título original: Animal Farm
Autor: George Orwell
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Fábula, sátira
Páginas: 152
Apesar da minha aversão a e-books, que não é pelo fato de não ser um livro físico, mas por eu não possuir um leitor digital e sofrer bastante com os reflexos do notebook, decidi baixar um e ler A revolução dos bichos. Este livro é um clássico, que já foi banido em alguns países por causa de seu conteúdo, e eu estava doida para conferir a história com os meus próprios olhos.
Primeiramente, devo dizer que gostei muito. A satirização do stalinismo é óbvia, não é necessário ler nas entrelinhas, somente saber um pouco de história e perceber que, na verdade, este não é um livro sobre animais de fazenda, mas uma crítica ao sistema socialista de Stálin.
Enquanto Sr. Jones, o proprietário da Granja do Solar, estava dormindo, um grande alvoroço ocorreu nos seus galpões. Os animais estavam a caminho do grande celeiro porque o Major, um porco já idoso, tinha sonhado algo estranho na noite anterior e queria relatar aos seus companheiros. O sonho era algo maravilhoso, na verdade. Através dele, Major percebeu que algum dia aquela granja poderia ser de todos os animais e o sofrimento deles, de possuírem vidas curtas e trabalhosas por demais, poderia chegar a um fim. Só o necessário seria uma revolução contra Jones e todos os seres humanos, pois, afinal, são as únicas criaturas que não produzem nada, porém comandam todos os animais.
Infelizmente, o Major morreu algum tempo depois, mas a sua ideia não estava esquecida no coração daqueles porcos, cavalos, ovelhas e aves. Em uma fazenda, quando você deixa de ser útil, é morto. E se a fazenda fosse somente deles? E se todos fossem iguais? São pensamentos tentadores e, após alguns dias, a Revolução realmente aconteceu. Finalmente, a Granja do Solar se tornaria a Granja dos Bichos.
E a partir daí, muitos animais se destacaram. Os cavalos Sansão e Quitéria e o burro Benjamin, por exemplo. Porém os animais mais importantes são os porcos, principalmente dois: Bola-de-Neve e Napoleão. É de conhecimento geral na fazenda que são os porcos os animais mais inteligentes, portanto, foram dadas as tarefas de organizar as coisas após a revolução. Napoleão era pouco falante, tinha uma aparência assustadora, porém possuía grande força de vontade. Já Bola-de-Neve era mais comunicativo, mas seu caráter não era totalmente conhecido. Chegaram a um impasse, mas um destes personagens já sabia como resolvê-lo.
Lembro-vos também de que na luta contra o Homem não devemos ser como ele. Mesmo quando o tenhais derrotado, evitai-lhe os vícios. Animal nenhum deve morar em casas, nem dormir em camas, nem usar roupas, nem beber álcool, nem fumar, nem tocar em dinheiro, nem comerciar. Todos os hábitos do Homem são maus. E, principalmente, jamais um animal deverá tiranizar outros animais. Fortes ou fracos, espertos ou simplórios, somos todos irmãos. Todos os animais são iguais.
Apesar de, no início, houver realmente um “animalismo” (corrente que objetivava a igualdade dos animais) democrático, após algum tempo este sistema começou a se tornar uma ditadura. E o pior, ninguém percebia. Estavam todos muito felizes por terem conseguido escapar das garras dos seres humanos e acabaram por se encontrar em uma situação ainda mais devastadora, com mais trabalhos e menos comidas e violação aos direitos dos animais. Eles chegaram a criar sete mandamentos, porém o governo totalitário acabou por alterar todos até que chegasse ao que ele queria.
Escrito de maneira muito simples, mas passando totalmente a sua mensagem, A revolução dos bichos, ou O triunfo dos porcos, que é o título de Portugal e acredito ser bem adequado também, é uma fábula brilhante. Orwell mostrou que não é necessário escrever de maneira complicada ou ficar enrolando para se fazer uma boa história, pode-se conta-la como se fosse algo para crianças, que as pessoas ainda assim entenderão. E até melhor, muitas vezes.
É praticamente impossível não perceber a semelhança entre o animalismo e o socialismo, e principalmente entre Napoleão e Bola-de-Neve com Stálin e Trotsky. O autor cumpriu com o seu objetivo, ironizando tal sistema utópico e esclarecendo muitas mentes, acredito. Também se percebe os vários tipos de pessoas existentes: aquelas que repetem sem ao menos saber o porquê, as que só se importam com o trabalho, as que são inteligentes, mas gananciosas por demais, etc.
Esta é uma obra pequena, mas muito boa, que deve garantir um espacinho nas suas estantes. A ideia do autor é genial e espero que nunca precisemos mais passar por situações semelhantes, nas quais alguns se impõem a outros. Porém, quem vigia os vigiantes?
Oi Alana, achei essa história muito interessante. E realmente acho que a ideia do autor é genial, assim como ousada e criativa. Beijos, Fê
ResponderExcluirOlá Alana :)
ResponderExcluirTenho muita vontade de ler esse livro, bem como o "1984", também do autor.
A temática é bastante interessante, especialmente por tratar de fatos históricos.
Parabéns pela resenha, e obrigada pela indicação de leitura ^^
Beijinhos e boas leituras.
Isabelle - http://attraverso-le-pagine.blogspot.com.br
Ah esse livro é uma ótima sátira, lembro quando o li para um trabalho de escola.
ResponderExcluirOi Alana.
ResponderExcluirTenho muita vontade de ler esse livro, ele é sempre tão bem falado e recomendado.
Assim como todos os trabalhos do Orwell.
Mas "1984" está na frente na minha listinha de leitura hehe
Beijinhos!
http://fulanaleitora.blogspot.com.br
eu tenho livros desse autor, mais nunca li, kk vou ve se leio o/
ResponderExcluiracervo-de-livros.blogspot.com
Eu vou ler muito em breve o 1984, é realmente bem falado.
ResponderExcluirOlá Alana! Tudo bom?
ResponderExcluirAdorei seu blog, super lindo!
Também tenho muita curiosidade com os livros do Orwell, tanto esse quando 1984 e os outros dele também, só ouço elogio à cada livro...
Gostaria de saber se podemos fazer parceria!
Passa lá no blog e me diz!
Beijão
endless-poem.blogspot.com.br
Já li 1984 a algum tempo e lembro que gostei. Parabéns pela resenha ficou ótima. Confesso que não gosto dessa capa. Antes curtia esses assuntos políticos hoje confesso que evito, acho chato, mas pelo que vc falou a narrativa é boa.
ResponderExcluirUm dos meus livros prediletos e um dos poucos que li e reli. Na minha modesta opinião, um dos melhores livros já escritos.
ResponderExcluirbjos
Olá! Morro de vontade de ler esse livro mas no momento to sem dinheiro pra comprar :( Ótima resenha!
ResponderExcluirBeijos,
http://sonhando-com-livros.blogspot.com.br/
Falam super bem desse livro
ResponderExcluirMas nunca parei para ler
Acho que vou pega-lo na minha facul
Beijos
@pocketlibro
http://pocketlibro.blogspot.com.br
Este livro está na minha lista há um bom tempo! Quero muito ler! :)
ResponderExcluirGostei muito de 1984 do Orwell também, já leu? Muitas distopias contemporâneas se inspiraram nela.
Parabéns pela resenha muito bem escrita!
Beijos.
http://navirj.blogspot.com.br
Achei Orwell tão fantástico em 1984 que tenho medinho de ler outra coisa dele e me decepcionar. Mas sei que vou ter que encarar a Revolução dos bichos algum dia... Enfim, me encanta a forma com que ele fala dos tais temas políticos.
ResponderExcluirOi Nadia, estou lendo 1984 no momento! Tô gostando bastante =)
ResponderExcluirA narrativa dos dois é bem diferente, estou lendo 1984 agora, mas a história de A revolução dos bichos é muito boa. Espero que um dia a leias, Isabel!
ResponderExcluirÓtima resenha! :)
ResponderExcluirNão li ainda, mas irei.