Clássico. Oito letras, três sílabas, e somente uma palavra, que tem o poder de afastar ou aproximar as pessoas. Geralmente o primeiro contato com os clássicos é feito na sala de aula, onde algum clássico é indicado como leitura obrigatória e provavelmente você vai odiar. Seja por não ter ainda o hábito da leitura ou por você ter, por exemplo, 14 anos e precisar ler Os Lusíadas.
Minha opinião é que se o intuito das leituras obrigatórias é aproximar os jovens dos livros, está acontecendo de maneira errada. Os livros deveriam ser aqueles que despertem a curiosidade, com uma leitura fácil, e se possível, com algumas ilustrações e uma diagramação boa: com páginas amareladas e letras não tão pequenas. É só procurar no site das editoras o gênero “infanto-juvenil” e achar lá várias aventuras de bruxinhos, semi-deuses ou garotos comuns fazendo coisas diferentes e garantindo boas risadas.
É por causa dessa imagem negativa que muitas pessoas passam longe dos clássicos. Na verdade, eu já li alguns e gostei da maioria, mesmo que sejam leituras obrigatórias; mas acredito que a minha recepção seja influenciada pelo fato de eu já ter o hábito da leitura.
Essa postagem tem como objetivo divulgar algumas obras clássicas que eu gostei e recomendo. Cada obra terá um comentário pequeno, com seus pontos positivos e negativos. É como uma mini-resenha, mas bem superficial. Só para direcionar as pessoas para os livros que acham que mais combinam com o seu estilo de leitura.
Espero que seja útil para desmistificar a imagem negativa dos clássicos. Eles se tornaram tão reconhecidos justamente por serem bons, e marcarem um período da nossa história. O problema geralmente é por causa da leitura dos mesmos no tempo errado. Então vamos lá!
Machado de Assis é considerado o maior escritor brasileiro e Dom Casmurro provavelmente deve ser o seu mais famoso livro. A obra é escrita em primeira pessoa, sendo o narrador conhecido como Bentinho. Ele relata a sua vida, desde quando era novo até o momento em que está escrevendo o livro. A linguagem é fácil, e os capítulos são curtíssimos, o que alegra bastante a leitura e faz o tempo voar sem ser percebido. Durante a leitura é exposto o retrato da sociedade, os ciúmes, mas principalmente dúvidas acerca da fidelidade de Capitu. Até hoje é desconhecido se houve ou não uma traição, e isto é um dos maiores atrativos do livro: você pode decidir no que acreditar.
Jorge Amado completa o seu centenário em 2012 e como homenagem, eu acho, a rede Globo está passando uma adaptação de “Gabriela, Cravo e Canela”. Porém venho aqui escrever sobre outro livro, pois Gabriela ainda não li. Capitães da Areia retrata o cotidiano de um grupo de garotos que moram em um trapiche, chefiados por Pedro Bala. Sem pai, nem mãe, eles sobrevivem através de roubos e trapaças, e se autodenominam Capitães da Areia. Apesar da obra ter sido escrita em 1937, ainda representa muitos garotos atualmente e é por causa disso que acredito que a leitura deste livro seja importante. A escrita é fácil, os capítulos não são grandes, e são repletos de uma crítica à sociedade.

Shakespeare é um autor de peças muito conhecido internacionalmente, mas ainda há especulações se a identidade do mesmo é verdadeira. Por fim, o mais importante são as peças que ele escreveu e que até hoje são lidas mundo a fora. Por serem peças, a leitura é bem agradável e consegue passar ensinamentos em poucas falas. É de Hamlet a tão famosa frase ‘ser ou não ser, eis a questão’. A peça conta a história do príncipe Hamlet, que após a aparição do fantasma de seu pai, descobre que Cláudio, seu tio, assassinou seu pai para tomar o trono e casar-se com sua mãe. Quando descobri isso, ele busca vingar a morte de seu pai matando o rei Cláudio. A obra trata de temas um pouco fortes, como a traição, a vingança e o incesto. Mas ainda sim, eu recomendo. Tanto esta quando outras peças do autor, como Romeu e Julieta e Sonho de Uma Noite de Verão, que é bem fantasiosa, mas muito bonita!
Uma obra que li por obrigação foi Memórias de um Sargento de Milícias, e confesso que esperava não gostar, afinal a maior parte dos comentários dos vestibulandos foi negativa. Mas a história de Leonardo me conquistou, a escrita não é difícil, só um pouco diferente, e o garoto nos faz dar belas gargalhadas. O livro retrata o cotidiano das camadas baixas, o que fugiu do padrão da época, e a linguagem é a popular, das ruas mesmo.
O Médico e O Monstro é muito legal, eu não quero contar muito da história, pois ela é bem previsível. Mas fala sobre o momento em que você se perde para si, não encontra mais quem você era e se transforma em uma nova pessoa. Uma obra genial, vinda somente de um sonho de Stevenson.
Pra não me prolongar muito, vou recomendar só mais uma obra: Drácula, de Bram Stoker. É o vampiro mais conhecido desde sempre, a obra é inspirada em relatos do folclore romeno e do príncipe Vlad Drakul. Em forma de carta, a leitura é diferente e agradável. A adaptação pras telonas também vale a pena.
Espero que vocês tenham curtido a postagem e que de agora em diante pegam mais clássicos para ler, pode ser que alguns obedeçam ao estereótipo de desagradável, mas isto pode acontecer com qualquer tipo de livro, antigo ou atual. Tem uma obra que apesar de querer muito, não indiquei aqui, pois vou postar uma resenha sobre a mesma amanhã, então não deixem de conferir também! Beijos pessoal.