Páginas: 192
Editora: Novo Conceito

Quem gosta de ler já está acostumado a levar algum livro pra qualquer parte, só para ter algo o que fazer caso a espera na fila dos Correios seja grande ou, como foi nessa situação, sobre tempo naquela viagem de férias para o outro lado do país. É claro que eu não esperava estar no nordeste e ler um livro grandão, né? Então escolhi um livro pequeno, com uma capa bonita e divertida e uma sinopse interessante. Para completar, o autor era nacional. Perfeito!

Já faz algum tempo que eu quero investir mais nos livros nacionais, para simplesmente reconhecer o trabalho árduo destes autores que sofrem para publicar aqui no país (segundo o que leio na blogosfera). A Máquina de Contar Histórias foi um ótimo início, pois é um livro leve, divertido e traz uma lição bacana: valorizarmos quem está ao nosso redor.

Esta é a história de Vinícius Becker, um escritor famoso que, após ser negligente com a sua família, tenta reconquistar o amor das filhas. Por causa de sua fama, Vinícius está sempre atarefado com eventos e outras coisas relacionadas a seus livros, todos best-sellers, possuindo, portanto, pouco tempo para passar com sua esposa e filhas; o que já seria motivo o suficiente para ser odiado em casa. Porém, tudo piora para Vinícius quando, na noite de lançamento de seu mais novo livro, A Máquina de Contar Histórias, sua esposa, Viviana, falece sozinha em um hospital, vítima de um câncer.

Vida ainda é muito jovem para não gostar de seu pai com tanto fervor, porém Valentina já presenciou muitas ausências de Vinícius para perdoá-lo tão fácil assim após este episódio. Agora, o tão aclamado autor se vê perdido ao presenciar sua família se desfazendo e ele precisa fazer algo para consertar esta situação.

Apesar deste ser um livro curto, é muito impactante. Valentina odeia seu pai muito profundamente e vai ser difícil recuperar algo que, já faz muito tempo, ela não sente por ele. Por Vida ser muito nova, ela mal consegue compreender o que aconteceu com a sua mãe, então, nesta trama, considero ela uma personagem descartável. Foi bom ter a sua presença para aumentar os momentos alegres, mas não senti ela como sendo parte do foco da história.

A escrita do Maurício é fluída e suas sacadas foram ótimas, mas, talvez por possuir poucas páginas, as personagens não foram muito bem desenvolvidas e muitas partes do livro me pareceram forçadas, principalmente quando fui me aproximando do final. Porém, como este é o primeiro livro do Maurício que leio, considero um ótimo início, visto que ele conseguiu tratar uma temática pesada com uma leveza incrível.

Gostei principalmente de ele ter exposto um pouco sobre o processo de escrita dos autores. Como o Vinícius é escritor, foi pertinente ao livro acrescentar informações sobre este assunto, e eu aprovei. Nas entrevistas, Vinícius Becker dizia que a inspiração para seus best-sellers eram a sua família, esposa e amigos, porém ele estruturava tudo de acordo com livros de escrita. Era tudo feito friamente. Histórias de amor que nada tinham a ver com a vida pessoal do autor, que era um desastre.
“Uma "máquina de contar histórias" - era como Salvatore o chamava. Frio, certeiro, veloz. Emoções transcritas no papel de forma científica, como se amor, ódio, pena e saudade fossem tópicos de um fichário que ele abria, selecionava e inseria com precisão nas entranhas do texto. Competente, muito competente em seu propósito de encantar.”
Por fim, quero dizer que a leitura foi agradável e combinou perfeitamente com o momento em que a li. Espero poder ler outros livros do autor em breve. 


11 Comentários

  1. Olá, Alanah.
    UAU, achei que NINGUÉM iria ter a mesma opinião que eu, que surpresa tive ao ler sua resenha. Bem, senti exatamente a mesma coisa, dei três estrelinhas pro livro e me senti uma E.T. quando todo mundo só elogiava. Achei que certas partes pareceram forçadas mesmo, simplesmente não me pareceu real.
    Beijos.
    Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com

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    1. Eu dei uma conferida nas resenhas no Skoob e... Ual, me senti um pouco estranha também. Mas acontece, né? Se tivesse umas 100 páginas a mais, provavelmente algum personagem me cativaria e eu me sentiria mais envolvida com o enredo.

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  2. Só passei aqui para fazer uma visitinha e claro seguir.
    Parabéns! Ótimo post.

    Bjs! Atenciosamente Um baixinho nos Livros.

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  3. Juuura que você achou forçado? Eu gostei taaanto quando li. Mas concordo que poderiam existir mais páginas! haha
    Lê "Ainda não te disse nada". Gostei bastante! :)

    Beijo,
    http://www.pitadadecultura.com/

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    1. Sempre fui apaixonada pela capa de "Ainda não te disse nada", acreditas? Foi como "conheci" o autor. Sou doida pra ter esse livro na estante (bem consumista, eu sei).
      Vou ler sim, obrigada pela dica. =)

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  4. Oi Alana! Eu gosto muito dos livros do autor, mas este não foi o melhor que li, não consegui uma conexão com o protagonista, na verdade eu não acreditei no que ele tentava passar, sua dor não me convenceu, ao contrário da de sua filha mais velha, ela sim foi uma ótima personagem.

    Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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    1. Verdade, Cida! Não consegui me conectar com nenhum personagem de forma satisfatória, porém gostei das características da Valentina, e da Viviana também (porque o trecho mais bonito do livro, pra mim, é justamente dela).

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  5. Hey Alana!
    Adorei sua resenha, sério. Andei pesquisando um pouco sobre o livro tempos atrás, justamente por ser de um autor nacional que estreava. Ainda não tive oportunidade de ler, mas mesmo com os pontos desfavoráveis citados, acho que vale a pena conferir.

    Beijos,
    Blog Entretanto

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    1. Oi Juliana! Acredito que é um livro interessante para se ler. Muita gente gostou, apesar de não ter funcionado direito comigo.

      Este é o primeiro livro que o Maurício Gomyde publicou através de uma editora, porém ele já possuía quatro publicações independentes: "O mundo de vidro", "Ainda não te disse nada", "O rosto que precede o sonho" e "Dias melhores pra sempre". Dizem ser bons também, vale a pena dar uma chance!

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  6. Ficou lindo o layout novo, Alana. Adorei. :)

    Beijos. :**

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    1. Obrigada, Nadia! Ainda estou fazendo alguns ajustes. =)
      Adoro mexer com essas coisas.

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