Esta será uma resenha diferente, possuindo mais fotografias do que o
normal, pois quero muito compartilhar a minha edição com vocês. Além disso, a
extensão da mesma é um pouco maior do que a habitual, então peço desculpas, mas
não consegui ser mais breve. Enfim, leiam a resenha e compartilhem suas
opiniões comigo!
Não
sei bem o que me levou a querer ler Jane Austen, acredito que tenha algo a ver
com o fato de tantas pessoas adorarem suas obras, combinado com a garantia de
encontrar uma boa escrita, afinal, a autora nasceu em 1775, e a vontade de
saber mais sobre seus livros. Comecei por Razão e Sensibilidade,
que é um livro gracioso, mas não o mais adorado da autora, que hoje resenho. Orgulho
e Preconceito é um clássico inglês que, com elegância, nos mostra os
costumes da Inglaterra da época, além de um romance para deixar as coisas ainda
mais interessantes.
A
história inicia-se com a vinda de Sr. Bingley, um jovem agradável,
bonito e rico, para Netherfield Park. Fato tal que chamou a atenção de várias
pessoas, principalmente as mulheres de meia-idade já casadas, pois a maior
parte das mulheres daquela época possuía uma inteligência voltada especialmente
ao bom casamento de suas filhas. Principalmente a Sra. Bennet que
possui cinco filhas e nenhum filho, ou seja, com a morte de seu marido, elas
teriam que sair de sua propriedade por causa do morgadio.
Enquanto
Sr. Bingley é uma pessoa simpática e educada, Sra. Bennet é uma mulher
apavorada, em extrema preocupação e muito dramática. Logo que ele chega à vila,
ela pede para seu marido ir visita-lo, a fim de que sua família comece um
relacionamento com ele para que o mesmo se case com alguma das cinco garotas: Jane,
Elizabeth, Kitty, Lydia e Mary. O Sr. Bennet obedece, mas de uma forma
totalmente diferente da esperada, e sem notificar ninguém. Ele é uma das
personagens mais engraçadas do livro, sendo o dono de uma das frases que mais
me fez rir durante a leitura.
As
cinco filhas quase não poderiam ser tidas como irmãs, pois todas elas são bem
diferentes, a não ser Lydia e Kitty, que possuem personalidades semelhantes,
porém uma é ainda mais aventureira do que a outra. Jane, a irmã
mais velha, é também a mais bonita das cinco, e acredita sempre no melhor das
pessoas, sendo muito ingênua ás vezes. Já Elizabeth é a mais
inteligente, porém não possui uma beleza tão estonteante, a não ser que o fato
de seus olhos serem muito expressivos conte algo para vocês. Kitty e Lydia estão
naquela fase namoradeira e então só pensam nos oficias que vão chegar à vila e Mary,
por ser a menos escolhida pela beleza, decidiu-se por sair pouco e estudar
muito, tornando-se muito boa no pianoforte. Dentro de casa, as confidentes são
Jane e Elizabeth, e Kitty e Lydia, sendo que Mary não possui muita afinidade
com nenhuma das irmãs.
Após
a chegada de Sr. Bingley, é dado um baile, em que o mesmo é convidado e espera
levar um número grande de pessoas consigo. Porém, na hora do evento, ele
apareceu com somente duas pessoas, sua irmã, Srta. Bingley e
seu grande amigo, Sr. Darcy. Apesar de Sr. Bingley aparentar ter
uma genuína simpatia, não se pode dizer a mesma coisa de seu amigo, que era
mais recluso, dançando pouco, e ostentava um semblante superior e arrogante,
demonstrando ser orgulhoso de sua condição social, afinal, ele era possivelmente
o homem mais rico daquele lugar. Mas, apesar dessa diferença de personalidades,
a amizade entre os dois era muito concreta. Sr. Bingley confiava totalmente em
Sr. Darcy, que foi mais dotado pela inteligência do que o primeiro, e Sr. Darcy
adorava a docilidade, franqueza e desenvoltura do primeiro, que possuía sempre
gestos convidativos, ao contrário dele.
Durante
o baile, Sr. Bingley pede pra que seu amigo tire uma moça para dançar, alegando
que nunca tinha visto tantas belas moças juntas, porém Sr. Darcy afirma que a
única realmente bonita é a que está a dançar com Bingley, justamente a filha
mais velha dos Bennet, Jane. Decidido então a convencer o amigo, ele afirma que
Elizabeth também é muito bonita, e inteligente, mas Darcy diz prontamente que sua
beleza não era suficiente para comovê-lo. Ele mal sabia que a história dos dois
tinha apenas começado e que iria apaixonar-se por aqueles olhos expressivos.
Entretida
em observar as atenções do Sr. Bingley com sua irmã, Elizabeth estava longe de
suspeitar que ela mesma se estava tornando alvo de certo interesse por parte do
amigo dele. No começo, sr. Darcy mal admitia que ela fosse bonita; olhara para
ela sem nenhum entusiasmo durante o baile; e, quando voltaram a se encontrar,
observou-a apenas para criticá-la. Mas, assim que se convenceu a si mesmo e aos
amigos de que seu rosto não tinha nenhum traço belo, começou a descobrir que
ele se tornava excepcionalmente inteligente pela bela expressão de seus olhos
negros. Com a tal descoberta seguiram-se outras igualmente torturantes.
Apesar
de, em boa parte do livro, acreditarmos que a história é sobre Sr. Bingley e
Jane, Austen surpreendente, se você não souber anteriormente o nome dos
protagonistas, ao relatar a história de Jane em segundo plano. Aqui, o que
realmente é importante seria a relação entre duas pessoas que de tão orgulhosas
ou preconceituosas receberam este título à sua história. Por causa de tais más
características, muitas opiniões apressadas foram feitas, muitas coisas
receberam mais importância do que deveriam e muitos amores, quem sabe, nunca
poderiam ser concretizados.
Esta
edição é absurdamente linda e foi ainda mais prazeroso ler a história sabendo
de tal qualidade com o livro. Além de uma boa tradução, a diagramação é ótima,
a capa é bonita, a contracapa é mais ainda, e a letra personalizada acrescenta
outro diferencial a mais recente edição da Martin Claret para
os livros de Jane Austen. Um trabalho excelente, a meu ver! Confiram:
Gostei
do modo com o qual a autora conduziu a história e mostrou-nos pouco a pouco a
personalidade de cada personagem, que já foi descrita basicamente nesta
“resenha”. A autora é reconhecida por causa de suas protagonistas que,
diferentemente do normal, são escolhidas por causa de sua inteligência e não da
aparência, e Elizabeth possui praticamente um dom de conseguir ver as coisas
claramente. Mas, infelizmente, em relação a ela mesma, sua visão torna-se um
pouco embaçada.
O
que mais posso dizer? Orgulho e Preconceito tornou-se o meu
quinquagésimo livro favorito e só consegui pensar em “por que eu não o li
antes?”. A história é fortemente recomendada para aqueles que gostam de ler
romances de época e conhecer um pouco mais os costumes que estão tão longe dos
atuais. Peço desculpas pelo tamanho do meu comentário, mas a história é um
pouco complexa para ser contada com poucas palavras, afinal, a autora iniciou o
livro não pelo caminho habitual, que seria apresentar os protagonistas, mas o
fez pelos personagens secundários. Porém, Jane e Bingley são tão importantes e
recorrentes à trama que eu os considero quase co-protagonistas, se é que isto é
possível.
Enfim,
sem me alongar ainda mais, deixo aqui minha recomendação de um dos melhores
livros que já li. Espero postar meu comentário sobre o filme, que acabei
assistindo logo após terminar a leitura, amanhã.