ZUSAK, Markus. O Azarão. Bertrand Brasil, 2012. 176 páginas.
(Trilogia Irmãos Wolfe, vol.1)

Não é novidade que sou fã de Markus Zusak. Comecei a lê-lo através de A menina que roubava livros, e conheci outro lado do autor assim que li Eu sou o mensageiro. Um lado que gostei muito, aliás. Apesar de não possuir a mesma singularidade de A Menina que Roubava Livros e não ser tão surpreendente quanto Eu Sou o Mensageiro,O Azarão é uma história bacana, que possui o poder de mudar a maneira como olhamos para o nosso cotidiano.

Cameron Wolfe, ou Cam, nos apresenta, em pouquíssimas páginas, a sua vida: ele está com 16 anos, trabalha com o pai, que é encanador, e possui três irmãos, sendo que o único que Cam pode denominar de amigo é Rube. Por causa das artimanhas que os dois aprontam, eles já estão cansados de escutar sua mãe brigando e dizendo para os mesmos crescerem.

Os dias de Cameron são divididos entre: bolar planos para assaltar algum estabelecimento com Rube, que, na verdade, acabam por ficar somente no papel, e trabalhar com o pai, a fim de comprar um rádio para si. Porém, ao contrário do que é esperado na adolescência, Cam não está se divertindo. Ele queria poder orgulhar seus pais, mas acredita que não é capaz disso. Ele é um garoto que quer crescer, mas não sabe como. E é isso que o livro nos traz: as dúvidas e reflexões de um adolescente que não deseja mais ser o que é.
Eu sempre ia viver com esse tipo de falta de confiança em mim mesmo, de dúvida em relação à civilização à minha volta? Eu sempre ia me sentir tão pequeno que ia doer, e que mesmo o grito mais alto, rugindo da minha garganta, era, na verdade, apenas um lamento? Será que meus passos iam sempre parar de modo tão súbito e afundar no caminho?

A leitura de O Azarão é muito rápida, em parte pela escrita ser simples, mas também por causa da diagramação, que foi um belo trabalho da editora Bertrand Brasil. As letras são escuras, em uma fonte bonita e o tamanho é maior do que o encontrado na maior parte dos livros que já li. O início dos capítulos é indicado com um número bonito e bem divertido, deixando o clima do livro um pouco mais alegre e juvenil.

O conteúdo do livro também é bom, porém não conseguiu despertar a mesma paixão que os outros volumes do autor conseguiram. O personagem principal é um adolescente descobrindo o que quer fazer com a sua vida, uma ideia agradável, mas Cam não se tornou alguém marcante para mim. A história dele foi só uma leitura mediana, para passar o tempo, e sem toda a densidade psicológica que eu esperava encontrar.

Sendo esta a primeira obra escrita por Zusak, foi uma leitura válida. A partir dela eu pude conhecer o autor um pouco melhor e assimilar seu crescimento como escritor ao longo do tempo. Este é o primeiro volume de uma trilogia, que arrisco dizer que irei ler e que recomendo, como uma leitura tranquila.

Deixo aqui um aviso para aqueles que leram somente A menina que roubava livros e esperam encontrar algo semelhante aqui: você vai se decepcionar. O Azarão segue o estilo de Eu sou o mensageiro, tanto na escrita como na ideia. Eu recomendo a leitura, porém deixo esclarecido que não é o melhor trabalho do autor.

Trilogia Irmãos Wolfe 
1. O Azarão (The Underdog)
2. When Dogs Cry (Os demais ainda não lançados no Brasil)
3. Fighting Ruben Wolfe


Título original: Uglies
Autor: Scott Westerfeld
Editora: Rocco
Gênero: Romance distópico
Páginas: 416 

Feios é o primeiro volume de uma série homônima que conquistou milhares de fãs, tornando-se um best-seller. Antes de começar a leitura, eu já havia visto várias resenhas positivas sobre esta série, que os blogueiros nacionais não cansam de recomendar, então estava preparada para grandes surpresas. O primeiro volume é uma introdução satisfatória, que foi evoluindo ao longo de cada capítulo positivamente.

Este livro é uma distopia, ou seja, possui uma conexão com o nosso mundo, porém eles não querem repetir nossas ações. Passando-se no futuro, a sociedade distópica se refere a nós como os Enferrujados, pessoas que, por causa da ignorância e mau comportamento, acabaram sofrendo uma tragédia. Neste novo sistema, as medidas tomadas visam a paz ou, ao menos, é isto o que as pessoas pensam.

Tally Youngblood é uma jovem feia, denominação utilizada para as pessoas que ainda não completaram dezesseis anos, a idade da transformação. Ela está prestes a chegar a tal idade e mal pode esperar para se tornar perfeita, possuindo lábios carnudos, cabelos lisos e uma pele macia. Seu melhor amigo, Peris, já passou pela operação e agora mora em Vila Perfeita, o local onde a única preocupação das pessoas é se divertir o dia inteiro, frequentando festas e fazendo novas amizades.

Os Feios não possuem permissão para irem até Vila Perfeita conversar com seus amigos mais velhos, portanto Tally está se sentindo mais sozinha do que nunca nestes últimos dias. Porém, em uma de suas fugas noturnas para tentar conversar com Peris, ela encontra outra feia escondida, Shay. Elas se tornam amigas e aproveitam os últimos dias antes da transformação juntas.

Coincidentemente, Tally e Shay fazem aniversário no mesmo dia, ou seja, se tornarão perfeitas ao mesmo tempo. Mas, ao contrário de Tally, Shay não está pulando de alegria. Ela quer permanecer feia, algo totalmente incompreensível para Tally, que só pensa em como será sua nova fisionomia. Enquanto o grande dia vai se aproximando, a decisão de Shay de não se tornar perfeita vai tomando medidas maiores e, no fim, ela acaba fugindo da cidade para viver em um local no meio da natureza, sem a intromissão do governo. O único problema é que aquilo atrapalhou o plano de Tally, que precisa encontra-la rapidamente se quiser mesmo se tornar perfeita.

- Esse é o peso de uma prancha quando não está flutuando. Aqui você descobre que a cidade cria muitas ilusões sobre como as coisas realmente funcionam.

O livro é dividido em três partes e, com certeza, a melhor parte é a última, repleta de ação. Demorei a me acostumar com as características desta distopia e, principalmente, com a utilização de palavras tão comuns, como feios, por exemplo, com um propósito maior do que significam para nós. Mas já na segunda parte do livro eu estava habituada com a história, e gostando bastante.

Consegui compreender o fascínio que muitos leitores possuem pela escrita de Scott Westerfeld, realmente ela é viciante e o enredo deste livro é, além de muito bom, original. A diversão é garantida, assim como em todas as distopias, que nos fazem perceber alguns erros de nossa sociedade e refletir sobre eles. Porém, o diferencial de Feios é que o livro aborta um assunto muito preocupante hoje: a procura pela beleza.

A crítica de nossa sociedade é visível em cada letra deste volume, desde o modo como utilizamos a energia até o modo como pensamos. Scott conseguiu mesclar com maestria muitas lições e diversão em uma leitura rápida e eufórica. Gostei bastante, a história conseguiu me surpreender apesar das expectativas, mas confesso que, se não fosse pela boa fama da série, eu provavelmente não a teria lido: a capa não é nada atrativa. Recomendo a leitura, mas deixo o aviso de que você precisa ter o próximo volume ao lado, pois o final de Feios pede por mais.

Série Feios:
1. Feios (Uglies)
2. Perfeitos (Pretties)
3. Especiais (Specials)
4. Extras (Extras)


Resumindo é uma coluna na qual recapitulo os livros que li no último mês e o que rolou no blog.

Oi pessoal, como está sendo a semana? Descobri que já tenho mais umas provinhas em pouquíssimo tempo, então realmente acredito que não conseguirei mais atualizar tanto o blog. Enfim, é o ritmo da vida né? Consegui uma nova colaboradora ao menos, pra tentar me ajudar, a Michelle Ladislau. Obrigada pela ajuda!

Enfim, por causa de vários motivos, mas, principalmente, a faculdade, o mês de abril não rendeu tanto aqui no blog e nem no quesito de leituras. Mas vamos conferir o que rolou:
  • Em ordem de leitura:
Morte na praia – Agatha Christie

Ps.: Não haverá o “meu livro favorito do mês”, por motivos óbvios.
Seja bem-vindo Maio!
Muitíssimo bem-vindo, por sinal. É um dos meus meses preferidos, porque o tempo já vai esfriando, porque há o dia das mães e também, é claro, por causa do meu aniversário. Dia 21 eu finalmente completarei 17 aninhos, hehe. Enfim, como o tempo vai passando né? Parece que foi ontem o ano-novo...

Ok, sem mais delongas, um bom mês para todos nós.
Beijinhos. 


Disputa entre Capas é uma coluna onde aparecem as diversas capas de uma mesma história para que os leitores decidam qual a sua preferida.

Não sei se já comentei por aqui, mas uma de minhas séries prediletas sobre vampiros é Academia de vampiros, da Richelle Mead. A história consegue se diferenciar neste mar de histórias vampirescas e a escrita da autora é simplesmente viciante.
Na semana passada, a editora Seguinte divulgou as capas dos três primeiros volumes de Bloodlines, série que sucede Academia de vampiros, porque conseguiu alcançar 7.500 curtidas no Facebook. Então, decidi criar uma disputa entre capas para saber qual das duas edições vocês preferem.

Ps.: Apesar de possuírem os mesmos personagens principais, a série Bloodlines pode ser lida sem ter-se lido Academia de vampiros.

Confira a sinopse do primeiro livro AQUI.